Impressões sobre o IV Congresso do PT

Rídina Mota*

O clima da etapa estatutária do IV Congresso do PT foi bastante diferente daquela que aconteceu em fevereiro de 2010. O tom de como se dariam as disputas naquele espaço foi dado logo na noite de abertura.

A segurança da Presidência da República definiu que quando todas as cadeiras fossem ocupadas as portas do auditório seriam fechadas, mesmo com algumas centenas de militantes petistas ainda  do lado de fora do auditório. Qual o problema objetivo de deixar os militantes entrar e sentar no chão? Nenhum, claro.

Foi aí que tudo começou, aqueles que estavam de fora fizeram o que de melhor faz um militante do PT, protestaram contra o equivoco da segurança presidencial. Iniciou-se a gritaria, e em tempos de internet, iniciaram-se também as postagens nas redes sociais, enfim os gritos de fora se aliaram aos companheiros que estavam dentro do plenário e também queriam que as portas fossem abertas.

Resultado a Presidenta Dilma mandou abrir as portas, entramos todos e todas e estava dada a tônica do que seria o IV Congresso. O campo majoritário iria ter no dia de sábado mais trabalho do que imaginava.

Ainda na atividade de abertura o Ex-Presidente Lula, perdeu a linha, e saiu com a pérola de que deveria ser criada cota para homens, depois da eleição de Dilma para Presidenta. Resultado dessa anedota: vaias. Mesmo que tímidas, as vaias rolaram e mostraram mais uma vez ao campo majoritário e quem sabe ao próprio Lula que o PT é muito  mais que grandes figuras públicas. Ele é um conjunto de militantes que põem o pé na lama, que constroem o partido, homens e mulheres que sofrem diariamente e que todos somos iguais dentro do partido. O mito Lula também erra e também pode ser vaiado e questionado.

Após um rápido discurso do Lula, foi a vez da Presidenta Dilma aprovar antecipadamente as cotas para jovens nas direções do partido. A frase foi: tem que se criar cotas para os jovens no partido, pois nós e o Brasil precisamos da juventude. Batata! Quem iria se opor? Vitória da Juventude Petista.

No segundo dia de Congresso, duas vitórias históricas: a paridade de gênero e as cotas para jovens, e algumas vitórias bem legais, proporcionadas pela tecnológia.

É isso. Duvido que pela manhã alguém imaginasse que aquele controle remoto de votação fosse proporcionar momentos como os que se viram, por exemplo, na votação do limite de mandatos parlamentares na mesma esfera.

A votação rolou três vezes e o campo majoritário perdeu as três. E todas as vezes que o placar eletrônico mostrava uma vitória contra o campo majoritário os delegados e as delegadas iam ao delírio.

O voto secreto nas propostas demonstrou que a pelo menos 1/3 dos delegados estavam fora do plenário, e que quando não há o constrangimento do olhar, as pessoas votam por suas convicções.

Pode ser até exagero, mas o mais democrático instrumento do congresso do PT estava pendurado no pescoço dos delegados e delegadas, e era apenas o direito de votar secretamente.

Havia também no congresso a turma que Inaugurou um novo período, entre eles e elas, eu era apenas mais uma. Entre nós, além de muita vontade de disputar os rumos do PT, havia leveza no olhar, liberdade no falar, firmeza nos passos e sobretudo certeza nas tantas outras vitórias que se avizinham.

Viva ao Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores!

Viva àqueles e aquelas que Inauguram um Novo Período!

*Rídina Motta é Secretaria de Comunicação PT Maceió (AL)

ridinalucia@hotmail.com

http://ridina.blogspot.com

IV Congresso Nacional do PT - Foto: Mário Agra/J.R Neto - Divulgação PT

IV Congresso Nacional do PT - IV CONGRESSO PT - Foto: Mário Agra/J.R Neto - Divulgação PT